quinta-feira, 1 de março de 2012

Partido dos Trabalhadores(as)


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   O Socialismo Petista é parte da resolução aprovada no 7º Encontro Nacional, ocorrido 
entre 31 de maio e 3 junho de 1990, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, 
e reafirmado no 2º Congresso, realizado em Belo Horizonte, entre 24 e 28 de novembro de 
1999. 

O PT já nasceu com propósitos radicalmente democráticos. Surgimos combatendo a 
ditadura militar e a opressão burguesa, exigindo nas ruas e nos locais de trabalho respeito às 
liberdades políticas e aos direitos sociais. Crescemos denunciando a transição conservadora 
e construindo as bases da soberania popular. Em dez anos de existência, o PT sempre 
esteve na vanguarda das lutas pela democratização da sociedade brasileira. Contra a 
censura, pelo direito de greve, pela liberdade de opinião e manifestação, pela anistia, pelo 
pluripartidarismo, pela Constituinte autônoma, pelas eleições livres e diretas. Tornando-nos 
um grande partido de massas, denunciando a expropriação dos direitos de cidadania pelo 
poder de Estado, o atrelamento dos sindicatos ao aparato estatal, o imposto sindical. 
Diversos companheiros deram sua vida na luta dos trabalhadores pela democracia. Santo 
Dias, Wilson Pinheiro, Margarida Alves, Padre Jósimo, Chico Mendes e tantos outros. 
Na raiz de nosso projeto partidário está, justamente, a ambição de fazer do Brasil uma 
democracia digna desse nome. Porque a democracia tem, para o PT, um valor estratégico. 
Para nós, ela é, a um só tempo, meio e fim, instrumento de transformação e meta a ser 
alcançada. Aprendemos na própria carne que a burguesia não tem verdadeiro compromisso 
histórico com a democracia. A relação das elites dominantes com a democracia é 
puramente tática, elas se socorrem da via democrática quando, pragmaticamente, lhes 
convém. Na verdade, a democracia interessa, sobretudo aos trabalhadores e às massas 
populares. Ela é imprescindível, hoje, para aprofundar suas conquistas materiais e políticas. 
Será fundamental para a superação da sociedade injusta e opressiva em que vivemos. Assim 
como será decisiva, no futuro, a instituição de uma democracia qualitativamente superior, 
para assegurar que as maiorias sociais de fato governem a sociedade socialista pela qual 
lutamos. 


A vocação democrática do PT, no entanto, vai além das bandeiras políticas que defendeu 
e defende. Também a sua organização interna expressa nosso compromisso libertário. Ela 
reflete o empenho, sempre renovado, de direções de bases militantes para fazer do próprio 
PT uma sociedade livre e participativa, premissa daquela outra, maior, que pretendemos 
instaurar no país. 
Refratário ao monolitismo e verticalismo dos partidos tradicionais – inclusive de muitas 
agremiações de esquerda –, o PT esforça-se por praticar a democracia interna como requisito indispensável a seu comportamento democrático na vida social e no exercício do 
poder político. O mesmo vale para a relação do partido com suas bases sociais e com a 
sociedade civil em seu conjunto. Embora tenha nascido pela força dos movimentos 
sindicais e populares e com eles mantenha um poderoso vínculo de inspiração, referência e 
interlocução, buscando propor-lhes uma direção política, o PT recusa-se, por princípio, a 
sufocar sua autonomia e, mais ainda, a tratá-los como clientela ou correia de transmissão.

 O PT, lutando por tal socialismo, não menospreza os desafios teóricos e práticos a 
superar para sua obtenção. Sabe que tem pela frente um gigantesco esforço de construção
doutrinária e de luta social, e declara-se, mais do que nunca, disposto a realizá-lo, em
conjunto com todas as forças democráticas e transformadoras presentes na vida brasileira. 


Proposta do PT!