O Brasil vive uma oportunidade demográfica única de mudar o perfil de
sua sociedade investindo em suas 52 milhões de jovens. A partir deste
marco, poderíamos passar à afirmação de que seria necessário aprofundar
um conjunto PPJs, falar do Conselho, da Conferência e da Secretaria
Nacional de Juventude, mas…Queremos rediscutir o rumo dessa prosa.
O tema “Políticas Públicas de Juventude” (PPJ´s) revelou, de modo
especial, a importância do jovem como indivíduo com necessidades
específicas a serem atendidas pelo Estado, permitindo a inclusão das
suas demandas em agendas políticas, espaços institucionais e nos
orçamentos públicos dos municípios, estados e União.
É notório que o “movimento pelas PPJs” alcançou um nível de projeção
razoável a ponto hoje de o tema/assunto estar consagrado no Estado
brasileiro e a transversalidade interministerial de políticas de jovens é
uma regra mesmo somente a incidente como é o caso de ProUni, ReUni, da
expansão de vagas no ensino técnico, muitas vezes, inclusive, vendidos
como “política nacional de juventude” sem ser, já que esta se resumiu
formalmente ao decreto que instituiu o Projovem Integrado.
Para que a juventude se beneficie da ampliação das oportunidades
econômicas em curso no Brasil, várias políticas vêm sendo empreendidas
desde 2003, como a ampliação das redes federais de educação superior e
profissionalizante e a instituição do Programa Universidade para Todos
(ProUni), do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) e do
benefício variável jovem do Bolsa Família. Políticas que vêm
contribuindo para a ampliação da escolaridade e formação dos jovens e às
quais se integrarão outras, no governo da Presidenta Dilma, como o
PRONATEC, novas expansões das redes federais de educação profissional e
superior e o Plano Brasil Sem Miséria(...)
Todavia, a consolidação do ProJovem como um programa de educação
simboliza o desfecho de uma etapa de ascensão institucional e de uma
etapa filosófica no que concerne ao objeto de desejo de destino do
ativismo juvenil. Seria como se, pela nova fase do Brasil, os antigos
pés-de-obra – jovens pobres que sonham em jogar profissionalmente
futebol atuando em pequenos clubes por baixos salários – passassem a
mirar a carreira de medicina.
Prestemos atenção no fato de que as classes sociais em ascensão (D e C)
são formadas majoritariamente por pessoas entre 15 e 29 anos, por
jovens-ponte (como descobriu a pesquisa “Sonho Brasileiro” [4]), que,
com mais escolaridade e trabalhando com melhores salários, formam a
opinião de seus lares. E eles querem segurança, saúde, educação, querem
ser parte da solução estrutural destas questões e são eles que podem ser
ganhos para uma nova cultura (e opção duradoura) política nacional.
Porém, só o serão, se com eles for debatido o Brasil, seu estado, sua
cidade, seu bairro e se enxergarem fator etário com capacidade de
representação política e social, já que estamos falando do PT para a
“nova classe trabalhadora”.
Longe de lançar a polêmica sem apontar conteúdo, queremos dizer que não
fugimos ao debate latente: “Se não propõem o carreirismo, o que oferecem
em termos de projeto ideológico-programático geracional?”.
FONTE: BLOG DA JPT ACRE