O Socialismo Petista é parte da resolução aprovada no 7º Encontro Nacional, ocorrido
entre 31 de maio e 3 junho de 1990, no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo,
e reafirmado no 2º Congresso, realizado em Belo Horizonte, entre 24 e 28 de novembro de
1999.
e reafirmado no 2º Congresso, realizado em Belo Horizonte, entre 24 e 28 de novembro de
1999.
liberdades políticas e aos direitos sociais. Crescemos denunciando a transição conservadora
e construindo as bases da soberania popular. Em dez anos de existência, o PT sempre
esteve na vanguarda das lutas pela democratização da sociedade brasileira. Contra a
censura, pelo direito de greve, pela liberdade de opinião e manifestação, pela anistia, pelo
pluripartidarismo, pela Constituinte autônoma, pelas eleições livres e diretas. Tornando-nos
um grande partido de massas, denunciando a expropriação dos direitos de cidadania pelo
poder de Estado, o atrelamento dos sindicatos ao aparato estatal, o imposto sindical.
Diversos companheiros deram sua vida na luta dos trabalhadores pela democracia. Santo
Dias, Wilson Pinheiro, Margarida Alves, Padre Jósimo, Chico Mendes e tantos outros.
Na raiz de nosso projeto partidário está, justamente, a ambição de fazer do Brasil uma
democracia digna desse nome. Porque a democracia tem, para o PT, um valor estratégico.
Para nós, ela é, a um só tempo, meio e fim, instrumento de transformação e meta a ser
alcançada. Aprendemos na própria carne que a burguesia não tem verdadeiro compromisso
histórico com a democracia. A relação das elites dominantes com a democracia é
puramente tática, elas se socorrem da via democrática quando, pragmaticamente, lhes
convém. Na verdade, a democracia interessa, sobretudo aos trabalhadores e às massas
populares. Ela é imprescindível, hoje, para aprofundar suas conquistas materiais e políticas.
Será fundamental para a superação da sociedade injusta e opressiva em que vivemos. Assim
como será decisiva, no futuro, a instituição de uma democracia qualitativamente superior,
para assegurar que as maiorias sociais de fato governem a sociedade socialista pela qual
lutamos.
e defende. Também a sua organização interna expressa nosso compromisso libertário. Ela
reflete o empenho, sempre renovado, de direções de bases militantes para fazer do próprio
PT uma sociedade livre e participativa, premissa daquela outra, maior, que pretendemos
instaurar no país.
Refratário ao monolitismo e verticalismo dos partidos tradicionais – inclusive de muitas
agremiações de esquerda –, o PT esforça-se por praticar a democracia interna como requisito indispensável a seu comportamento democrático na vida social e no exercício do
poder político. O mesmo vale para a relação do partido com suas bases sociais e com a
sociedade civil em seu conjunto. Embora tenha nascido pela força dos movimentos
sindicais e populares e com eles mantenha um poderoso vínculo de inspiração, referência e
interlocução, buscando propor-lhes uma direção política, o PT recusa-se, por princípio, a
sufocar sua autonomia e, mais ainda, a tratá-los como clientela ou correia de transmissão.
O PT, lutando por tal socialismo, não menospreza os desafios teóricos e práticos a
superar para sua obtenção. Sabe que tem pela frente um gigantesco esforço de construção
doutrinária e de luta social, e declara-se, mais do que nunca, disposto a realizá-lo, em
conjunto com todas as forças democráticas e transformadoras presentes na vida brasileira.